Minha viagem pra São Thomé das Letras, Minas Gerais

Na virada do ano de 2014 pra 2015 resolvemos realizar um desejo antigo de ir pra São Thomé das Letras, um reino encantado, uma cidade toda feita de pedra com ruas estreitas e gnomos espalhados. A cidade é cheia de hostels com uma arquitetura medieval que reforça a magia do lugar. Ficamos no Hostel Alpha Centauro que é localizado em uma das partes mais altas da cidade e é um ótimo lugar para se ficar. Nosso primeiro passeio foi até a praça principal, pelo o caminho você deve passar pelo Reino Encantado (uma pousada toda decorada), descer uma escadaria de carvalho, passar a Gruta Centra e ai chegará ao seu destino. Caso o caminho seja o inverso você deve passar O Alquimista (restaurante) e virar no Senhor dos Aneis (loja) e ai você está na praça. Conseguiu sentir um pouquinho da magia?

A Gruta Central (na praça) é bem curtinha mas vale a pena conferir, a parte interessante fica do lado da saída onde você encontra a escada que leva para o topo da gruta, de lá você consegue ver praticamente a cidade inteira, quando fomos o tempo não estava dos melhores e tinha chuva vindo, posso falar com certeza que ela estava vindo pois dava pra ver perfeitamente as nuvens se movendo e a chuva caindo com elas, uma visão demais.

Uma dica aqui, esquece seu carro e vá a pé, é praticamente impossível andar de carro lá, pra você ter uma noção a maioria das ruas são super estreitas, acredito que elas deveriam ser todas de mão única mas em toda a viagem eu vi apenas uma placa de via única na cidade. Mas o pior é quando você esta indo por uma rua e de repente vem um carro na outra direção, ai você tem que dar ré pra ele passar mas tem um carro atrás de você e a sua única opção é estacionar naquele espacinho minúsculo entre uns carro estacionados por ali, agora sacoméné eu acredito que eu seja uma boa motorista mas pra baliza não hein amiguinho, pra baliza eu sou uma negação, ainda mais quando tem uma rua cheia de gente pra testemunhar. Então você pode imaginar que não tive muita opção além de olhar para o outro motorista com aquela cara de ok amiguinho mas você que vai ter que dar uma ré ai. Beijos.

Ao lado do nosso hostel, ficava o Cuscuzeiro e a Piramide, esses são outros dois pontos obrigatórios, de lá você vê a cidade inteira e é uma delícia ficar sentado nas pedras, tocando um violão e bebendo umas cervejas por horas ou até você ficar apertado e precisar de um banheiro, que é meio longe por sinal. Além desses pontos tem cachoeiras praticamente na cidade inteira, nós não conseguimos visitar nem uma parte delas, tentamos fugir das mais famosas e mesmo assim tivemos todos os dias cheios.

Uma das primeiras que a gente foi era a do Sobradinho (taxa de R$10,00, super justo considerando o gasto de limpeza e preservação), pelo caminho você tem que passar por uma gruta que já dá no meio da primeira “lagoa”, e em seguida tem três quedas d’água aonde você pode ficar nadando lá super de boa, pra você ter uma noção tinha um pessoal fazendo um churras lá no meio, sério meu, carne na fogueira, cerveja gelada e cachoeira!

Quer mais o que? Mas se você não tiver essa moral, tanto na entrada da fazenda do Sobradinho quanto do lado da cachoeira tem restaurante, que independente da comida, vende cerveja! \o/ Outra dica aqui é que você tem a opção de colocar o seu carro la dentro, o que eu super aconselho, lá é um ponto turístico e enche de gente, eu deixei o meu pra fora e uns meliantes tentaram abrir e acabaram arrebentando uma parte da porta do carro.

Depois do Sobradinho fomos pra Gruta do Labirinto que tem 7 saídas, não é nada como o labirinto do Cálice de Fogo (tam dum tss) mas é massa, o bom dela é que da pra tirar bastante foto legal, no meio das grutas tem tipo uns buracos aonde você pode colocar a cabeça de um lado e tirar a foto do outro. Tem uma parte que é linda, você tem que subir um nível da gruta e lá não tem teto apenas uma arvore enorme aonde as raízes preenchem todas as paredes e o céu é coberto pelo seu topo, realmente lindo. 
Do lado da gruta tem o Poço Verde e/ou Poço Azul, que é um lago enorme, se você puder leve um colchão inflável, uma caixa de cerveja e uma barrinha de cereal e vá, lá tem umas partes bem fundas e dá pra você pular de várias alturas, para iniciantes e pros mais corajosos.

Continuando nossa viagem, no outro dia fomos pra Cachoeira da Lua, é o mesmo caminho que você vai fazer pra do Sobradinho mas é mais no comecinho, o mais divertido lá é os pontos da onde você pode pular pra dentro da cachoeira: de corda,  da arvore aonde a corda é pendurada, do lado direito da cachoeira que é só se jogar e tem o lado esquerdo que é mais hard, você tem que pular pra frente se não, pedras. Eu tentei a da corda mas a tentativa foi extremamente cômica, como eu sou meio que baixinha eu não consegui pegar a corda direito então acabei caindo de cara na parte rasa, sim essa é a minha desculpa e é isso e boa. Mas falando a verdade a corda quase que não teve nenhuma participação, a queda ficou igual a como se eu tivesse me jogado de cara no chão, eu não vi (óbvio) mas aposto que ficou parecendo um saco de bosta albino caindo no meio da água! Ploft kkkkkkkkkkkkk nossa queria que alguém tivesse filmado pra eu ver, queimar e depois ficar rindo da lembrança, WHATEVER! Só fiz uma tentativa porque a cachoeira tava cheia de gatinhos e eu é que não ia ficar lá caindo de quatro no meio da água na frente de um monte de cara bonito né?! No baby, no! Pra mim, uma tentativa foi o suficiente mas tinha um cara, tadinho, ele tentou umas 15 vezes e sempre caia no raso, o pior é que ele conseguia segurar a corda até o momento certo de larga só que ele não soltava e ai a hora que soltava ele caia no raso.

De frente da Cachoeira da Lua tem o Bar da Lua onde o lanche é uma delícia e o garçom que atendeu a gente era super gente boa, e ainda conhecemos uns loucos que sempre viajam pra lá que acabaram levantando um tópico muito importante pras nossas vidas, pra que raios serve a galinha da angola? Qual o papel dela no eco-sistema? … ok. Juro que a gente pensou sobre o assunto por 30 sérios segundos antes de irmos pra Gruta da Bruxa, pra mim lá foi a melhor parte da viagem, o caminho de carro até lá é um parto, tem muita pedra você tem que ir devargazinho e com muito cuidado, vai ter que desapegar do seu alinhamento e balanceamento mas total vale a pena. Você vai fazer uma trilha por dentro de uma gruta que leva cerca de 40 minutos, não é pra qualquer pessoa, exige um pouco de esforço físico mas é simplesmente sensacional, sério, vale muito muito a pena ir. Você tem que ir com um guia, afinal não é uma gruta simples, depois de você “andar” pra dentro da gruta até não ter mais luz você tem que fazer um rapel ali no escuro mesmo onde a sua única luz é a da lanterna na cabeça que, sério, não é muita coisa, o guia vai descendo o rapel com você e literalmente colocando o seu pé nas fendas que você não vê enquanto você desce por umas frestinhas bem pequena. Não é uma grande altura, mas o fato de você não ver nada te da uma adrenalina maravilhosa. E ai quando você “pousa” tem um laguinho embaixo, sim, um laguinho até o seu joelho de coco de morcego! Tava achando que era luxo né?! kkkkk Mas desencana até o final da trilha você vai notar que você é quem está na casa deles, pois além de estar coberto de coco vai se encontrar com um monte deles no meio do caminho, mas relaxa, o guia vai jogando a lanterna pra frente pra dar uma espantada neles. Você vai passar pelo caminho se espremendo, engatinhando, rastejando por uns tuneis super apertados no level “snake”. Mas quando você chega no meio da gruta, se não me engano é depois do segundo, terceiro, ou quarto túnel, que se você apagar todas as luzes você pode literalmente sentir a escuridão, se você ficar em um silêncio e respirar baixo você pode ouvi os morcegos voando e com um eco do túnel super vivo, mas ó a gente ficou com a lanterna apagada uns 30 segundinhos apenas e quando ligou já tinha uns morcegos bem pertos, daora né?! Mais pra frente,  tem um lugar que dá pra você sentar e olhar pro seu lado esquerdo e se você se movimentar bem lentamente pra frente e pra trás você consegue encontrar a famosa luz no fim do túnel. De todo o caminho uma das melhores partes é a saída, meu a saída é tipo um monte de morcego saindo e entrando (fica sussa que eles não trombam em você, mas é bom você ir meio abaixado), a claridade entrando as laterais cheias de verde e flores, o céu coberto pelo topo das árvores e na porta um riacho com um caminho de pedras, cercado por uma montanha. É muito uma entrada pro mundo perdido. Infelizmente não conseguimos tirar nenhuma foto porque é impossível carregar câmera, mas é até melhor porque ai é certeza que vamos  ver com os próprios olhos ao invés de uma lente. A água do riacho mais pro lado esquerdo da pra você beber e mais pra frente da pra você dar uma limpada no corpo, que acredite, você vai ta cheio de areia e coco de morcego. Dica básica: depois deixa a sua roupa de molho porque se não fica tudo manchado, manchado tipo forever.

Ainda lá perto tem uma cachoeira muito bonita, é tipo um corredor pequeno que você tem que ir andando pela lateral direita, porque o lado esquerdo é tipo um eternamente fundo e ai no fim do caminho tem a cachoeira, ela é um pouco alta o que dá uma ótima pressão para fazer uma massagem e atrás dela é tipo um domo vazio, que na verdade serve para a fila no massageador. 

No dia seguinte fizemos um passeio em São Thomé com o guia seu Tomé :P, o cara é muito gente fina e manja muuuito da cidade, histórias, acontecimentos, tudo. O primeiro lugar que fomos foi o moro do amendoim, você larga o carro no ponto morto e ele volta sozinho, daora né, experimenta fazer a pé, você sobe um pouco o morro (lado da chegada) e vai correndo de costas até a placa e ai vira e volta correndo de costas, você sente o mundo te puxando. O pessoal sugeriram tentar de patins, o que deve ser muito massa, tinha um pessoal que disse que ia tentar de patinete, mas eu acho que vai ser foda se equilibrar, patins é mais prático.

O segundo lugar foi a Cachoeira de São Thomé, de cara da pra ver que a galera que vai é mais morador da região, todo mundo leva coisa pra fazer churrasco, caiaque, bóia, sofá, sogra, afoga!! Então, voltando, da pra você tomar um banho de cachoeira maravilhoso e lavar toda a sua alma lá. E ainda ali do lado, fomos pra Garganta do Diabo, o barato ai é a trilha, por ser uma pedreira fechada tem várias partes que exigem uma “escaladinha”, uma caminhada por cantos estreitos e um riacho com pedras como colchão. A cachoeira em si é bem alta e fina, dizem que a água que corre é super transparente e calma mas quando fomos tinha chovido e a água estava barrenta e forte, entrar de baixo da cachoeira estava perigoso devido ao risco da correnteza trazer algo. A água corre por uma fenda na lateral de um morro e desce como se fosse em uma garganta formando várias “lagoinhas” embaixo antes de continuar na correnteza. Ali tem várias pedras espalhadas e as galera pode deixar sua escultura como lembrança.

Saindo de lá, seguimos direto para o Vale das Borboletas, um circuito com várias cachoeiras, lagos e trilhas, o lugar é lindo, só preste bastante atenção no caminho se não você se perde, não que seja suuuuper complicado, mas é que antas tendem a se perder um pouco, falo com propriedade se é que você me entende. Maaaas em minha aventura por matas desconhecida eu encontrei um novo caminho de saída até o carro, que por sinal era mais perto que a saída original, então só posso concluir que I am a genius. 

E é com essa super declaração que finalizo mais um texto.


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