Quando eu fui de Trekking noturno, Brasil

O dia que a gente achou que se enfiar no meio da mata a noite com apenas uma bússola de celular e um mapa que ninguém entendia era uma boa ideia. 
Inspirados por um grupo chamado Fun Trekking, que organiza a atividade online por meio de um aplicativo que marca os pontos e computa seus dados para um ranking de equipes, resolvemos montar a nossa e ir. E como não há nada na vida que não possamos complicar mais, resolvemos fazer como nosso primeiro trekking o trekking noturno. 

Eu não seu bem o objetivo do jogo, mas eu tenho certeza que a gente descumpriu todos eles, pois na real, a gente só queria entrar no meio da mata e se sentir pique Indiana Jones. E, graças a presença de meu primo, um cara tipo bruto e sistemático criado na fazenda a gente conseguiu passar por TODOS os pontos com um pequeno detalhe, ninguém estava muito interessado em saber o jeito que a gente ia chegar neles, entenda, se o ponto esta a norte, a gente vai pro norte, o que tem no caminho não é crucial e pode ser ultrapassado. 

A logística do grupo: éramos em 5 pessoas, o primo traçava o caminho, o Essio localizava os pontos e a direção e o resto dava trabalho. Só sucesso. 
E foi assim que começamos nossa jornada com objetivos traçados e o pensamento de que trilha é para as pessoas racionais, o antônimo das presentes aqui que em mais de uma vez ignoraram as trilhas e resolveram pegar fazer o caminho pela mata fechada. Em um desses caminhos, assim como que do nada, a gente se encontrou em uma mata totalmente fechada, surpresa, gente a mata fecha sabe, nem a luz da lua cheia chegava na gente, a gente tinha que ir andando meio que rastejando e com lanterninha na boca pra manter a mão livre quando que do nada eu começo a ouvir um monte de grito, a Tay começa a se debater e estapear enquanto gritava que estava cheia de aranha, a gente em panico segura ela e começa desesperadamente a procurar as aranhas pra tirar e tals e dai PÁ! não era aranha não bicho, era um monte de carrapicho na blusa só. Ok ok ok, vou acabar o paragrafo aqui por respeito.

No final, acumulamos trilhas com barro até a canela, caminhadas a esmo, cercas ultrapassadas, bostas de vaca pisoteadas, capotes fenomenais e sabe quantos pontos? None, ninguno, zero, nada, nenhum ponto marcado pois o aplicativo não estava ligado. Isso mesmo, como nós não entendemos bem como funcionava o aplicativo, ele acabou não marcando nada. Mas você pode pensar que ficamos chateados e tals, mas na verdade a gente nem ligou, nos divertimos tanto imitando o Henry Jones, Jr. que ninguém ligou pro fato de não termos marcado nenhum ponto.


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