Por do Sol em Lumbini, Nepal

Lumbini, aaah Lumbini.
Eu passei quase 3 meses morando em um templo budista neste lugar maravilhoso. Ali eu estava a pelo menos 30 minutos de caminhada até a “cidade” mais próxima, que se resumia em um restaurante, uma vendinha e um hotel.

Se você me perguntar o que eu fiz por lá a resposta vai ser simples, eu visitei os templos do lugar, que deu no máximo uns 3 dias e meditei o resto dos 3 meses. O lugar é lindo, mas pode não ter sido o lugar mais bonito ou daora que eu visitei em 4 anos, mas com certeza foi o que mudou a minha vida.

Veja bem, quando eu digo que eu meditei, o que eu quero dizer é que, bom, eu surtei. Ou melhor, eu surtei pra caramba. Depois eu surtei mais um pouco, fui dançar na floresta, surtei mais um pouquinho e depois dei uma surtada pra variar.

Meditar e surtar são sinônimos né?! 🤔

Vamos lá, deixa eu te explicar, como não tinha muito o que fazer, nem muito com que se distrair (não, não tinha internet), a minha vida se resumia a estudar o budismo e meditar.

E depois de um tempo meditando, você é meio que obrigado a encarar tudo aquilo que você não quer encarar. A sua mente vai tirando as camadas de “esconderijo” que nem uma cebola até chegar naquele amontoado de coisas que você não quer pensar.

Todas aquelas coisas que vc enfia beeeeem la no fundo da sua mente, para que você não precise lidar com aquilo nunca, começam a aparecer na sua mente como que de supetão, te obrigando a lidar com elas quer você queira ou não.

E não tem jeito. Não tem bem pra onde você escapar porque literalmente não tem mais nenhuma outra coisa além disso pra você fazer.
Ai, o que acontece? Você surta.

Chora, sai pra correr, tira uma soneca, chora mais um pouco, da uns grito no travesseiro, chora de novo. Grita no travesseiro de novo. Deita em posição fetal e chora mais um pouco. E ai depois de um tempo, la no fundo vai surgindo uma forma de encontrar paz.

Uma forma de perdoar, os outros e a si mesmo.

Você começa a criar um entendimento sobre si mesmo que é surreal. E não é como se eu tivesse saído de lá plena, iluminada. Vish, longe disso.

Acho que sai de la mais ferrada da cabeça do que nunca. Mas ao invés de esconder e fingir que tudo estava bem como era, e ainda é um pouco do meu costume, eu saí de lá não só aceitando, como abraçando cada uma das minhas mágoas, defeitos e cicatrizes. E pronta pra lidar com elas. Não de um dia pro outro, mas pro resto da vida. E então, só ai, começar realmente a melhorar.


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