O dia que ganhei uma amiga mas perdi uma calça
O passeio para a cidade de Monte Sião, Minas Gerais, estava sendo organizado pelo pessoal do local que eu trabalhei há uns anos atrás e havia uma menina legal que trabalhava lá, que não era uma amiga, mas uma colega.
Um dia antes do passeio fiquei sabendo que ela também iria e então por algum tipo de impulso a convidei para dormir em casa e irmos juntas ao ponto de encontro da van e, por algum motivo, ela topou.
Acordar cedo nunca esteve no meu top 10 coisas que eu gosto de fazer e nem em dia de passeio meu cérebro se deu o esforço de funcionar. Nossa intenção era acordar cedo, tipo umas 4 horas para nos arrumarmos, e pegar a van às 5, mas sabemos que a teoria e a realidade nunca são a mesma coisa..
Pois bem, acordamos atrasadas, fizemos tudo super corrido porque estávamos morrendo de medo de sermos deixadas para trás. Colocamos as coisas na bolsa bem rápido e antes de sair decidi colocar um pouco de coca-cola em uma garrafinha da Tupperware, lembro de pensar comigo mesma “É Tupperware, não vai vazar”.
Chegamos na van e decidi tirar um cochilo.
Acordo com a galera gritando que tínhamos chego, quando eu faço o primeiro movimento sinto um molhado no meio das pernas, a primeira coisa que eu pensei foi que eu tinha feito xixi, mas cara, eu sei que eu não faço xixi na roupa desde os 6 anos de idade. Quando levanto a mochila que estava no meu colo vejo uma mancha meio marrom nas bordas e demorou até eu lembrar da da bendita garrafinha de coca. A bonita pode até ser tupperware, mas ela não aguentou a pressão do gás da coca e abriu, por isso derramou.
Nessa altura eu já estava meio que em desespero, com as pernas todas ensopadas, a mancha estava muito feia, parecia realmente que eu tinha feito as necessidades na roupa e para completar o abençoado do motorista parou a van há mais ou menos 1 km da onde começava às lojas, o que significa que eu andei por aí naquele estado.
Outra coisa que me incomodou um pouco nesse dia é que coloquei a calça mais larga que eu tinha e um cinto de tecido, não estava muito preocupada com estilo, só queria ficar confortável, mas no fim ficou parecendo que eu era uma mendiga, me surpreendi não ter ganhado nenhuma esmola.
Assim que chegamos no calçadão fui direto na primeira loja de calças que vi e comprei um moletom, pedi para a vendedora se podia me trocar lá mesmo e ela deixou, depois de pagar seguimos para o centro.
Uma coisa que me incomodou até chegarmos nessa loja foi que a maioria das pessoas fizeram algum tipo de piada sem graça e isso me deixou bem desconfortável, mas essa colega em questão que citei no começo não fez nada disso, pelo contrário, me deu apoio e me ajudou a encontrar a loja. Um detalhe que eu já estava esquecendo de mencionar é que ela até se ofereceu para pagar, mas recusei.
Mas o passeio também teve coisas boas, ali eu conheci um dos pintores que mais amo, Vincent Van Gogh, mas isso é história para outro dia.

Entrando por umas ruas, saindo por outras, e fomos parar em uma espécie de túnel de lojas, onde tinha de tudo, casacos de lã, de tricô, cachecol, umas meias diferentes, a grande maioria das peças é de frio.
Até que eu vi a coisa mais legal de todos os tempos, tinha uma fila gigantesca, mas valia a pena. Após longos 40 minutos esperando, finalmente comprei. Você deve estar pensando, Nic o que comprou que valia a pena esperar tanto, uma peça exclusiva de tricô ou um chocolate caseiro famoso?
Foi algo melhor que tudo isso, comprei uma pantufa de flamingo!
Minha amiga esteve comigo o tempo todo e quando ela percebeu que a fiz esperar 40 minutos para uma pantufa, quase me fez engolir.
Foi uma viagem pra comprar, após o almoço fomos para Serra Negra andar no calçadão de lojas, sai de lá com dois copos térmicos e uns 20 quadros, e mais uma humilhação.
Lá tem uma praça com aquelas placas de “eu amo” e o nome da cidade, pois bem, fui tirar foto e quando voltamos pra van, eu virei pra minha amiga e disse “olha, eles erraram de cidade, estamos em “Serra Neara”, ela me olhou com a cara mais confusa do mundo e disse “Serra Negra”, mas eu insisti “Serra Neara”, até que ela pediu pra ver a foto, tinha um pedacinho de grama tapando o rabinho do “G” e meu cérebro obviamente não considerou isso. Eu nunca ri tanto.

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