Um dos lugares mais top pra escalada na Espanha, é Montserrat, e pra chegar lá foi quase uma procisão do Deserto do Saara até Montserrat. Teve ônibus, trem, ônibus de novo, barco, outro ônibus, outro trem, o mesmo trem mas na direção certa, mais um ônibus, um bondinho e uma pequena caminhada.
Ai eu finalmente cheguei no camping!
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E depois de instalada, conversando com o responsável pelo camping sobre as vias a se escalar por lá, eu descubro que aquele ser humano na minha frente não é apenas um ser humano na minha frente, mas sim um renomado escalador da Espanha, responsável por abrir diversas vias em MontSerrat. Marcel Millot. O cara tem livros com o nome dele. E esse ser humano estava ali, me convidando pra escalar.
Eu, claro, disse que não.
Aaaah mentira, até parece né, eu aceitei antes mesmo dele terminar o convite. Mas, me arrependi um segundo depois. Mano, o cara é um escalado muito f***, e eu? Eu fico feliz quando mando a via no top (quando você faz a via sem cair mas está com a corda já colocada no topo, ou seja, bem facin)! Imagina! Então eu, pra não magoar muito minha confiança, já fui explicando que era escaladora esportiva, que meu nível de escalada era baixo, e blá blá bla, o perfeito mimimi, aquela baixada de expectativa que te da segurança pra fazer cagada.
Como um cara inteligente que ele é, ele escolheu uma via bem facinha pra ser a primeira pois eu havia acabado de chegar de viagem, estava cansada e tals. Na verdade eu acho que ele só queria ver o quão ruim eu era.
E mano, não querendo me gabar nem nada, mas aquela via super difícil (não era nem uma 4b, pra quem não sabe isso é uma muito difícil, que apenas crianças maiores de 5 conseguem) eu subi facinho e rapidão, uma agilidade digna!!
Ok, ok, ok. Não da pra ter tanto orgulho assim quando o nível é infanto juvenil. Mas foi bom porque me deu a confiança pra ir tentando umas vias mais difícies. E com o tempo fui ganhando confiança e tals.
Ali eu fiz a minha primeira via nível 6c, a minha primeira via clássica, com 3 paradas, mandei várias vias (sem estar em top, quando a corda já está passada no topo) e até subi com mochila nas costas! Uma maravilha 💜. Eu passei os próximos dias escalando dia sim e dia não com Marcel e outros escaladores da área.
Já nos dias que eu não ia escalar, eu ia caminhar pra conhecer MontSerrat, tem várias trilhas por ali, o lugar é um grupo de montanhas cheio de caminhos, natureza e monastérios. Sem contar a vida animal, que é super interessante, principalmente quando você cruza com uma cabra parada no meio da montanha, quer dizer, parada no meio da parede da montanha. Tá ligado aquelas cabras que escalam? Então, essas.
Tá vendo? O lugar é todo feito pra escalar, até as cabras sabem disso.
Mas esse nem foi meu maior encontro com a vida animal local. Veja bem, quando eu cheguei e estava montando a minha barraca, o Marcel me falou pra não deixar comida dentro da barraca por causa dos animais, e por isso eu coloquei toda a minha comida na cozinha. Mas ai toda vez que eu queria comer, quase o tempo todo, eu tinha que ir até a cozinha. Mas que seja, eu estava fazendo tudo direitinho, até lá pro terceiro dia, quando eu deixei apenas uns pequenos snacks dentro da barraca, e foi tudo bem, tudo tranquilo. Então no quarto dia eu deixei de novo, tudo certo. No quinto dia… enquanto eu dormia, no meio da noite, deu tudo certo de novo, e ai no sexto dia, de novo tudo certo, no sétimo, no meio da noite, eu acordo com a p*** de um animal tentando entrar na barraca! Mano, o bicho era um javali, daquele que tem chifres! Ele ia rasgar toda a minha barraca e me matar que nem ele matou o Rei Robert (GOT) por um pacote de bolacha de água e sal!!
E pior, ele tava tentando fazer uma porta, pelo lado da barraca que já era uma porta, não tinha nem como eu sair dali! Então eu pensei com meus neurônios: dê uma bicuda no focinho dele!!
Mas e se ao invés dele ir embora ele resolver atacar? Mano tem nem pra onde eu correr! Eu to literalmente preza em um cubículo!
Então eu fiz o que qualquer alma inteligente faria nesse momento, tentei conversar com o seu Javali. Nada melhor que um diálogo saudável, certo?
Expliquei pra ele que aquela comida não lhe pertencia.
Que era errado tentar comer a comida dos outros.
Que ele estava invadindo propriedade privada.
Que ele estava cometendo uma infração contra a lei.
E nada disso funcionou.
Então como último argumento eu disse pra ele que a bolacha nem era assim tão gostosa, que fazia mal pros dentes e que iria lhe dar diarréia.
Mas por alguma razão nem pra isso ele ligou. Até parecia que ele não tava me entendendo jow!!
Mas pra minha sorte o meu vizinho me entendeu, e saiu gritando com o javali, até ele sair correndo. Aparentemente javalis falam espanhol e essa é a única conclusão lógica dessa história, não tem nada a ver com o pedaço de pau e os gritos que o vizinho carregava.
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Mas deixando de lado as dificuldades de linguagens, e encontros com a vida animal que não foram minha culpa 😝 eu também fui turistar pela cidade, afinal, eu estava em Barcelona. Eu confesso que não fiquei muito por lá, é uma cidade linda e tals, mas eu acredito que seja mais pra festas e bares. E como eu viajo sozinha, nem sempre é legal ficar muito tempo em lugares assim. Mas mesmo se não for pelos bares e tal, uma visita a Catedral ou Templo da Sagrada Família super compensa, a igreja ainda está em construção, esta assim por séculos, mas mesmo assim o lugar é lindo de morrer. De verdade, tem tanto detalhe que você passa a achar que o pelo tempo que está sendo construída até que está sendo rápida. Super compensa dar uma passada lá no caminho.
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