Minha viagem pra Boiçucanga, São Paulo

Sinônimo de feriado numa segunda chuvosa? Praia!!
Isso mesmo, com o pessoal delicado do Muay Thai não tem tempo ruim, então bora lá.

Nossa primeira parada foi em Camburiozinho, no dia ela estava lindamente vazia, então logo após a libertação dos pés na areia da praia nós decidimos fazer uma caminhada por uma mata que tem na lateral direita. Não é uma grande mata mas você pode fazer uma boa caminhada pelas pedras do local e se você parar para observar o mar você pode achar várias tartaruguinhas nadando em volta.  Mas olha só, eu vou dar uma dica muito mas muito importante: cuidado com seus óculos. Sim, eles são mortais. Sabe, meus óculos de grau são tão grandes que praticamente escondem a minha cara, o que é ótimo quando estou com olheiras mas péssimo quando estou em uma trilha e tenho que olhar para o chão. Porque? Bom, porque o miserávi escorrega e ai me desconcentra e ai eu levo um maravilho e classudo capote, ou seja, eu caio de quatro. Aff Ive, Aff. (Existe uma mínima possibilidade desse capote ser culpa apenas da minha aptidão de cair a todo momento, mas eu vou culpar o óculos e pronto.)

Bom, depois de capote, passeio e pé na areia nós fomos para outra Praia para mais passeio, mais capote e mais pé na areia. Fomos para a praia Barra da Una, que estava praticamente deserta, e que na sua lateral esquerda  tem uma trilha muito top, ela não chega a ser difícil mas tem uma certa dificuldade, e você precisa estar de olho no tempo pois se a maré subir você pode ficar preso nas pedras, mas não é nada lá de outro mundo e a visão é maravilhosa. Você pode ir pelas pedras circulando a costa ou indo por dentro da mata, caminho que decidimos tomar, você começa por uma escada que tem ali no meio até chegar ao que parece um bar abandonado e então entra na mata em direção ao mar e vai descendo até chegar nas pedras da costa. E foi nessa parte do caminho que veio o capote. Bom, não foi bem um capote, deixa eu explicar, muitas vezes na descida, por ser bem acentuada, você precisa se segurar numa raiz e ir descendo até o próximo ponto, mas gente, eu sou baixinha, tenho 1,62, então em um desses pontos eu não alcançava o chão e  Pedro precisou fazer um pézinho pra mim enquanto eu escorregava pela parede da montanha, coisa mais graciosa de se ver, a elegância em pessoa. Mas o importante foi que a gente chegou na costa, que é um amontuado de pedras bem a esquerda. Ali sentamos e fomos recompensados pelo esforço, a sinfonia das ondas de encontro as pedras como se fosse um lindo quadro vivo com participação especial de tartaruguinhas a volta. Realmente lindo. 

A gente pensou em continuar andando pela consta, mas a maré estava muito brava e enquanto estávamos nos perguntando sobre isso, as ondas nos deram uma resposta, veio uma onda enorme e com toda a sua força bateu nas pedras levando várias delas, bagunçando as que restaram e até destruindo as que tentaram resistir. Mas a gente não desiste fácil, então começamos a cronometrar o espaço entre as ondas, e notamos que as ondas fortes vinha de de 1 em 1 minoto e calculamos que se fizéssemos correndo conseguiríamos passar por essa parte em 45 segundo. Então na ultima checagem de tempo veio duas ondas enormes uma atrás da outra o que fez com que a gente desistisse e resolvêssemos voltar para não ficar mais tentados. A volta a gente fez pelas pedras que no final, a pesar de não parecer, é bem mais fácil do que pela mata.

Depois desse pouquinho de aventura nada melhor do que sentar na praia, beber uma cerveja e observar o mar. E o melhor de tudo, nós estávamos de posse de um binóculos. Sei que parece bobo, mas na verdade é muito divertido, nós ficamos olhando um cargueiro que estava ancorado no meio do mar e que tinha umas pessoas na proa fazendo aparentemente, absolutamente nada. Mas então, pode ser que eles estivessem observando um corpo que jazia ali e calculando que se jogassem o corpo na água, quantos dias iria demorar para o mesmo chegar na praia e, se o James Bond iria associar o tempo da chegada do corpo na praia com a passagem do cargueiro, e caso sim o que eles iriam fazer para se proteger e tals. Ou então podia ser a mafia italiana, decidindo o que comer no jantar, quem é que sabe? Eu pessoalmente acho que era o lance do corpo, faz mais sentido pra mim. 

No segundo dia nós fomos para a trilha da Cachoeira do Ribeirão de Itu, resumidamente é uma trilha que passa por 2 cachoeiras e um poço e é toda feita toda atravessando várias vezes o rio Ribeirão. Fato que não sabíamos quando começamos a fazer a trilha, então quando, no começo da trilha, já tivemos que atravessar o rio, todo mundo decidiu tirar o tênis, atravessar-lo, secar o pé e colocar o tênis de novo. Para então, menos de 1 minuto depois, dar de cara com o rio novamente. Ai a gente já desencanou e foi indo com o tênis mesmo. Você pode fazer a ordem da trilha de diversas maneiras, a trilha para a primeira e a segunda cachoeira são bem tranquilas, já para o Poço dos Macacos tem uma dificuldade razoável. O tempo para cada uma delas é mais ou menos assim, desde de o começo para a primeira é 10 minutos. Desde o começo para a segunda, 15 minutos. (São trilhas diferentes). Do começo para o Poço 40 minutos mais ou menos. 

O que nós fizemos foi o seguinte. Cagamos tudo! kkkkk
Primeiro fomos até a segunda cachoeira, que é no caminho para o poço, ficamos lá por um tempo e depois fomos até um pouco mais da metade do caminho para o poço. Como o tempo estava bem feio e tinha chovido nos dias anteriores, tudo estava bem escorregadio o que já fez metade da nossa equipe desistir e voltar pra esperar a gente na cachoeira, enquanto eu e o Pedro continuávamos para ver o tempo piorando cada vez mais e então começar a trovoar.  E ai, depois de não muito tempo resolvemos voltar também, e com isso encontramos o resto da equipe ainda no caminho pra cachoeira, fato que salvou a vida deles, já que enquanto estávamos voltando a Tati levou um escorregão na descida, do que era uma baita ribanceira, e foi salva pelo Pedro Manoel que segurou ela pelo gorro da blusa e assim salvou também o Tiago, que estava logo abaixo se equilibrando entre o mini espaço que era a trilha. Pausa para mandar um Salve Pedro!!!

Com as vidas salvas paramos novamente na segunda cachoeira para dar um mergulho, ali tinha um pessoal fazendo rapel, então acredito que se você procurar uma dessas empresas de turismo você agendar a atividade. Eu recomendo muito fazer a trilha com o guia também, eu e o Pedro temos bastante experiência em andar no meio da mata por isso dispensamos, mas caso você não tenha vá com um guia. Outra dica, tomem um super banho de repelente e vá de calça. Eu fui de shorts e mesmo passando repelente fiquei com a perna parecendo um campo minado de tanta picada, tipo, até minha mãe me chamou de berebenta ao voltar, eu sei, eu vou superar. haha

Continuando, depois de lá a Tati e o Tiago resolveram voltar para o hotel enquanto eu e o Pedro continuamos para a primeira cachoeira, você vai ver a placa para ela no meio da trilha. Eu achei essa primeira cachoeira a mais linda de todas, ela é um pouco mais alta e tem várias pedras em volta em uma área aberta, formando várias piscinas naturais, e com a chuva que estava estávamos tomando ainda tínhamos direito a um banho natural. Não sei dizer quanto tempo ficamos ali olhando a cachoeira, mas independente de quanto tempo foi tenho certeza que foi pouco tempo. 

Gente, aqui eu abro um parênteses da minha cabeçudisse, na volta da cachoeira, em algum momento dessa caminhada, o meu celular caiu, sim, eu deixei o meu celular cair no meio de uma trilha de mata alta, fechada, com rio, pedras, mais rio, mais pedras, mais mata fechada. Sim, em algum lugar no meio desse vasto mundo o meu celular caiu, e claro, eu desesperada quis voltar pra procurar. O Pedro, o Predileto, foi comigo procurar, e depois de através o rio já duas vezes, eu já estava andando angustiada e desamparada pois meu celular estava perdido para sempre nas matas de Boiçucanga, quando então, enquanto eu chutava o chão de terra e xingava o mundo por tamanha desgraça do destino (sim do destino, ele é o culpado) o Pedro gritou que havia achado o bêndido do celular! E na minha tamanha alegria me esqueci das promessas feitas a quem quer que estivesse ouvindo e abracei fortemente o meu amado: o meu celular! Depois agradeci ao Pedro por ter achado o celular no meio das pedras e mais perto do rio do que a recomendação de fabrica permite. Eu nem preciso explicar porque o apelido do Pedro é Pedro o Predileto né?

Bom, depois de tamanha aventura eu e o Pedro ainda precisávamos voltar a pé pro hotel pois o pessoal que voltou primeiro levou o carro, e ai veio a inevitável conversa sobre a possibilidade da nossa sobrevivência caso ficássemos perdidos na selva, bom, considerando nossos conhecimentos adquiridos com os programas do Discovery Channel concluímos que a gente definitiva sobreviveria e ainda faria melhor que todos aqueles soldados que vão para o programa Largados e Pelados. Bando de moles. 

No último dia nós fomos para a praia Brava, meu, essa praia é daora, mas você ter que ir no pique porque tem uma trilha de uma hora mais ou menos no caminho. Então estaciona o seu carro o mais próximo da entrada possível e vai que vai que você vai chegar em uma praia de no máximo um km de largura (medidas de olho by Ive), de areia branca, deserta e de mar agitado. Ótimo para surfistas. Mas, para nossa tristeza, assim que a Tati arrumou sua canga, deitou confortavelmente e abriu seu livro, começou a chover e não parou mais, e então a gente passou a nossa uma hora na praia espremidos debaixo de uma arvore fugindo do frio e decidindo que a praia era linda mas adeus, estamos indo embora. 


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