Os sois de Myanmar

A foto perfeita? Ou o momento perfeito?

Uma das maiores dualidades na minha vida de viajante, e acredito na vida de vários viajantes, é ter que escolher entre tirar aquela foto perfeita ou apreciar o momento.

Olha, eu sempre brinco que existem varias Ives, a Ive do trabalho, a Ive festa, a Ive introspectiva, e entre mais de um milhão de Ives, a Ive viajante. E a razão de eu ter “largado” tudo e ir mochilar pelo mundo, foi que eu queria viver tudo, experienciar tudo, e meu, eu fico louca quando eu vejo algo e não sei o que é sentir estar ali de verdade. Eu preciso saber como é sentir isso, ver isso, fazer isso. Eu simplesmente preciso.

Como é sentir, por exemplo, parar em um restaurante qualquer, na beira de um rio de uma cidade que eu não lembro o nome, no país Myanmar, pra assistir o por do sol enquanto bebo um cerveja que não sei pronunciar o nome.

Meu maior tesão nas viagens é parar em um momento e apreciar o que eu to sentindo, mas tipo, prestar atenção no que é olhar para o que está ao meu redor, ou para o que está acontecendo, ou aonde eu to, e o que isso significa. E ai explorar o que essa visão ou acontecimento faz comigo, tanto fisicamente quanto mentalmente.

Mas vamos ser francos, fazer isso e tirar a foto perfeita é praticamente impossível. Não da pra você ficar dentro de si, se você está preocupado com tirar foto, digo isso por mim, não sei vocês, mas pra mim ou é um ou é outro. E por muito tempo, eu escolhi entre os dois, eu não vou ser hipócrita, eu amo tirar a foto perfeita e postar no Instagram e tals, então as vezes eu escolhia tirar foto, outras eu escolhia não tirar.
Amava quando dava pra eu tirar uma foto qualquer e depois desligar pra poder me imergir dentro de mim, mas não é sempre né?!

Então, depois de um tempo de mochileira solo, quase 4 anos né, precisa ter aprendido alguma coisa 😂 Eu desenvolvi uma “técnica” pra conciliar esses meus dois amores, primeiramente eu comprei um tripé móvel, um que da pra você, não só mexer as pernas, como também enrolar ela nos locais. Então, toda vez que eu encontro um desses lugares que eu quero sentar e apreciar por um tempo, eu coloco meu celular nele, e deixo filmando no angulo escolhido.

Além de ser perfeito pra não perder a foto que eu queria, isso me tira a distração do celular, e ai eu posso realmente imergir no meu momento. E como eu trabalho com, além de planejamento de marketing na Artwork, agência maravilhosa de publicidade contrata nóis, sou também editora de imagem e vídeo, ai eu posso simplesmente pegar a imagem do filme.

E por mais que as vezes, no meio da minha sessão de auto tesão no sentimento, eu pare pra pensar que queria tirar uma foto ou olhar o celular, eu não posso, pq meu celular esta ocupado e se eu mexer vai f*** tudo. Então eu posso voltar pra minha minha viagem mental.

Ah, é bom falar sobre as fotos que eu coloquei aqui né. Todas essas fotos foram tiradas de filmes e de lugares que a gente não estava procurando o por do sol. Tipo a vez que a gente tava na missão de chegar em um pico pra tirar a foto, mas se atrasou e por isso teve que parar em um ponto aleatório pra assistir, e o por do sol, por falta de palavra melhor, ficou perfeito


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