Minha viagem pra Tapirai, São Paulo

Essa foi uma das primeiras viagens que fiz e uma das menos planejadas desde então, e mesmo assim uma das mais importantes, já te explico o porque. Teve um dia que assim do nada, eu e uma amiga decidimos compramos um cupom de viagem no Peixe Urbano e então fomos viajar, simples assim. Ao chegar na fazenda a primeira coisa que fizemos foi sentar numa mesa e tomar uma cerveja enquanto jogávamos uma partida de dama afinal, podiamos fazer o que quiséssemos. Sem obrigações, sem planos, liberdade total.

Ficamos no Hotel Fazenda Recanto das Águas que é maravilhoso, os chalés ficam em volta de um lago e a casa fica a um passo, literalmente, de distancia do mesmo, o restaurante faz uma feijoada espetacular, o lugar tem piscina pra nadar, Não!, não é pra nadar não é pra praticar cupper, ¬¬, e uma área verde animal que é ótima pra fazer trilhas, e, se você tiver uns parafusos soltos como é o caso dessa que vos fala e suas amigas, você ainda pode sair da trilha correndo, entrar no meio da mata e fingir estar no meio de uma guerra, os seus soldados estão sendo atacados e você precisa correr e subir um morro para ter uma visão melhor, rastejar para o inimigo não te acertar, escalar uma pedra para plantar uma bomba, passar por uma vala da onde saem animais ferozes, encher o seu cantil em uma quedinha de água e ir todo o caminho cantando músicas de guerra inventadas na hora. Infantaria pesada aqui entendeu?! E fica quieto e paga dez ai!

Pagou? Então, foi um pouco antes de entrar nessa viagem ai em cima que, enquanto adentrávamos na trilha, combinamos de tentar viajar pelo menos um final de semana por mês e como uma coisa leva a outra porque não fazer logo um blog pra contar nossas experiências? Vai que a gente fica rica né?! ¬¬ kkkk

Bom,  sobrevivemos a guerra que rolava na trilha e saímos em uma estrada e empolgadas pelo momento já atravessamos a estrada e fomos entrando na próxima mata, o único problema é que lá encontramos uns animais mais reais sabe, dois cachorros enormes e eles meio que interpretaram a nossa aventura como uma invasão a propriedade privada e se sentiram na obrigação de defender o seu território,inimaginável né?! E em um momento de pavor me veio todos os episódios de Sobreviventes do Discovery Channel e ao invés de sairmos de lá correndo e gritando como a gente queria eu segurei a Jenny e falei vamos ir voltando calmamente sem dar as costas pra eles com as mãos pra cima para eles verem que isso não passa de um engano, entendemos que este território esta dominado e vamos retirar a tropa para o outro lado novamente. E assim, fomos escoltadas até a estrada novamente, aonde nossa escolta animal, bufando, voltou para seu local de origem. Aleluuuuia irmãos!! \o/A palavra alívio nem começa a descrever como nos sentimos nesse momento.

No outro dia resolvemos fazer algo que não incluía nenhuma invasão ou guerra e fomos para uma parada obrigatória para quem está na cidade, a Cachoeira do Chá. Elá é um pouco longe mas não é difícil de chegar  e pelo nome a gente já sabe que é massa, se é que você me entende, rs. São diversas opções de trilha e eu e a Jenny gostamos de ir entrando em tudo que a gente acha que é trilha, até nas que parecem beeeeem pouquinho com trilha e no final não são trilha coisa nenhuma, então depois de entrar no mato, voltar pelo mato, tentar outro mato, a gente finalmente chegou na trilha da cachoeira, que é uma descida bem demarcada e tem uma mata meio fechada em volta, formando um arco de entrada. E já na descida você vai sentir o ar úmido bem forte e vai ficando molhada antes mesmo de chegar na cachoeira.

Essa foi uma das primeiras cachoeiras que vi na vida, já tinha vistos outras claro mas só pequenas, nada de mais, mas lembro que quando vi essa fiquei meio sem ar. É tudo tão vivo e tão brilhante. No dia estava muito frio pra entrar na água então apenas sentamos em uma das pedras e ficamos admirando a paisagem por um bom tempo. E foi sentada na pedra molhada, olhando a cachoeira caindo com o sol batendo na água e o cheiro de mato úmido, que eu me apaixonei. Me apaixonei pela natureza, pelo mato e pela liberdade. Quis fazer parte daquilo, deitar naquele colchão de água e me fundir com a natureza. Meio bobo eu sei mas nunca me senti tão livre, tão feliz quanto me senti aquele dia, foi lá que eu decidi que era isso que eu mais amava na vida, era no meio do mato que eu me sentia mais confortável e era na beleza de uma cachoeira que eu me sentia viva. Sensação que eu sinto até hoje quando sinto o suor do corpo ficar gelado ao andar na mata e à água da cachoeira molhar meus tornozelos.


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