Minha viagem pra Analândia, a primeira escalada, São Paulo

“Bom dia, gata.” Foi a forma como minha mãe teve a petulância de me acordar em um domingo de manhã para me convencer de fazer um bate e volta em Analândia só pela simples razão de que uma amiga dela indicou o lugar, e como ela me acordou educadamente com pontapés e gritos eu não tive muito opção a não ser levantar com o máximo de animo que eu conseguia gerar naquele momento, apesar do horário e do estado de animo positivo dela, é irritante demais ser acordado por alguém muito feliz, e me arrumar para ir.

A primeira coisa que percebemos ao entrar na cidade é que ela não era muito grande, isso porque duas ruas depois de entrarmos na cidade já caímos na praça central e avistamos o centro de turismo aonde fomos conversar sobre as opções do que fazer na cidade. Quem nos atendeu foi uma moça simpática demais por estar trabalhando num domingo ensolarado de manhã e aventureira demais, já de cara foi recomendando a escalada e mandou a gente pra uma cachoeira enquanto esperava a hora de saída que era dali umas duas horas. Isso tudo aconteceu tão rápido quanto o texto e em menos de 10 minutos nós estávamos na entrada da cachoeira que a moça tinha indicado pra gente. 

Não me lembro como fazia pra chegar lá, mas era algo assim: segue a fiação na última rua a esquerda por uma estrada de terra e ai ao ver três cupinzeiros você entra na mata e segue a trilha a direita que você da no rio e pode ir seguindo ele que tem várias quedinhas gostosas. Entendeu? 😛
A trilha até o rio é bem curta e tranquila e ao chegar no riacho dá pra você ir acompanhando toda a extensão tranquilamente, sendo que em todo o percurso você é brindado com pequenas “lagoas” aonde você pode mergulhar e também se massagear com as quedas d’agua.

O legal foi a paciência infinita de minha mãe acompanhando a gente, afinal durante toda a extensão da cachoeira havia paradas em que meus irmãos julgavam terem achado o lugar perfeito para uma luta, ou nas inúmeras vezes que tinham que me salvar pois eu quase morria afogada por ter relaxado de mais debaixo da cachoeira/massagista, sim, sou dramática, engolir 1 ml de água é quase morrer afogada, ou então uma pausa para uma pseudo competição de capoeira mesmo que ninguém tenha feito capoeira na vida.Não Eric, você ter ido em uma aula de capoeira durante a faculdade não faz de você um capoeirista.No fim da cachoeira chegamos em um quiosque perfeito para um piquenique mas lembramos que não tínhamos nada pra comer e estávamos morrendo de fome. então a gente voltou toda a extensão, repetindo nossos feitos.
Ps: Eu acho que esse lugar é uma propriedade privada, mas quem se apega a esses detalhes né? 😛

Depois do almoço nos encontramos com os instrutores na praça e fomos até um camping aonde deixamos os carros e continuamos nosso trajeto a pé até o ponto de escalada, não é uma trilha difícil mas é de mais ou menos 1 hora de caminhada, eu gostaria de me isentar em relação ao tempo pois eu sou extremamente perdida nesse quesito. Chegando no local um dos instrutores foi montar a via de escalada enquanto o outro fica passando alguns procedimentos de segurança.

A via que fizemos era bem facinha mas como era a primeira vez que escalava eu ainda não sabia disso, e todo o esquema era um desafio pra mim, lembro que enquanto eu subia eu já ia me sentindo super orgulhosa de estar fazendo aquilo, a sensação era uma mistura de conquista com desafio muito boa. Mas foi quando eu cheguei no topo que me apaixonei de vez pelo esporte, senhor! Sério, depois de ficar um tempo sem fôlego e boquiaberta eu quis muito abrir o braço e gritar que era dona do mundo e me jogar, coisa que não fiz pois vivemos em uma sociedade muito repressiva e isso provavelmente iria me causar um machucado! HUMF! Bom, acabei descendo do jeito convencional: rapel. Essa parte é bem de boa, mas tem um ponto a se pensar, quando eu estava descendo estava a maior galera lá embaixo e a única coisa que eu pensava era como a minha bunda devia ta parecendo vista de baixo com a cadeirinha apertando e eu estava de calça legg, então eu comecei a descer rapidinho o que aumentou a emoção e ai eu me empolguei, quis ficar dando uns pulões e soltando um montão de corda pra cair rápido, mas no meio do caminho o instrutor começou a me brecar com medo de eu me matar, tadinho, nem faz ideia. hahaha

Bom, depois que já estava no chão e esperando meu irmão descer eu pude ver como ficam as bundas nesse estado, confesso que a do meu irmão não estava agradável e como resposta a essa visão terrível eu esperei que ele estivesse baixo o suficiente para eu alcançar mas alto o bastante pra não correr atrás de mim de imediato e dei a maior palmada na bunda da história, PLAFT!!! Depois eu corri de la porque eu ia apanhar muito certeza. Atitude de gente inteligente.

Então, eu não queria contar uma coisa aqui mas vou pois é uma parte crucial para o enredo da história:
Enquanto esperávamos meu irmão Eric descer, o Duh, outro irmão, quis escrever o nome na montanha e, do lado do local que ele estava, tinha uma placa falando sobre o risco de incêndio no local. Dito isso, enquanto meu irmão escrevia eu comecei a conversar com outros escaladores que estavam lá e depois de um tempo me falaram que não era legal  escrever nas paredes. O meu cérebro é lógico fez a conexão mais óbvia do mundo e com isso eu pergunto: “A, porque pode causar um incêndio?” 

Na hora todo mundo deu aquela risadinha do tipo ela ta brincando né? E na hora que perceberam a minha cara de não é?!  Desconversaram e saíram fora, enquanto isso meu querido irmão já estava no chão e vinha na minha direção para revidar o tapa na bunda mas ao ouvir minha pergunta ficou muito ocupado rindo da minha cara e ai acho que pensou: “tadinha, tão burrinha e ainda vai apanhar? Deixa quieto, vai que eu termino de quebrar.”  e foi assim que eu me livrei de uma surra \o/
hahahahha

Minha mãe ainda não sabia, mas ela tinha acabado de me apresentar pra uma das minhas grandes paixões, nem uma semana depois de voltar de lá eu já estava procurando em todos os cantos do Google lugares para escalar em Campinas.  


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